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sábado, 17 de abril de 2010

# Camila

Era agora uma jovem de classe média, vivendo uma vida desafogada de preocupações. Já não havia dívidas, nem fome. Nem amor. A sua mãe voltara a casar com um gerente de uma empresa local. Sabia que não fora um casamento por amor. Fizera isso para assegurar o seu futuro(uma boa educação, os estudos e uma posição social favorável a um casamento próspero). Sentia-se mal por isso.
Camila tentou lembrar-se da última vez que viu o pai. Da última brincadeira que partilharam, de um sorriso que fosse. Nada. Na memória ficou-lhe apenas o rosto meigo de bochechas salientes e o bigode que impunha respeito, para quebrar aquela ar afável a que todos estavam tão acostumados. Era um homem bom. Trabalhador, honrado e respeitado.
Voltou a mergulhar no sono, desiludida com a sua própria fraqueza.

2 comentários:

Cisne disse...

É sempre difícil perder alguém assim. Estou a acompanhar a Camila ;)


Cisne.

Anónimo disse...

Desiludida, aposto, com a impotência de transformar essas memórias em factos reais e presentes.

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