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quarta-feira, 30 de junho de 2010

# narizinho cheio de personalidade

tanto para escrever e sem tempo para viver.
tanta dedicação e nenhum reconhecimento, é este o estado em que se encontra a minha vida


a força continua
os objectivos mais definidos que nunca

sábado, 26 de junho de 2010

Something changed


Se consigo sentir o sol tão quente assim,
é porque já senti a chuva durante demasiado tempo...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

# narizinho cheio de personalidade

Pai.
partiste e não me deste o beijinho habitual de despedida. foi hoje, dia 17 de junho

acordar do nada, pegar no telemóvel, ver a quantidade de chamadas não atendidas do S., ver que tinha mensagem no voice mail. ter que apagar todas as mensagens que nunca tinha ouvido no voice mail para ouvir a do S. o meu coração batia com tanta rapidez que o sentia capaz de me saltar do peito, eu já chorava antes de ouvir a mensagem. até que ouvi o que o meu coração já sentia.
porque é que não chamei logo a mãe? fiquei todo aquele tempo naquele quarto que me parecia gigante a tentar acreditar.
o teu sorriso Pai, a última imagem que guardo de ti é o teu sorriso.
o teu sorriso, e aquelas imagens que a minha mente gravou nos únicos momentos que a perda me permitiu ver, ainda que com a visão turva.

Não há ninguém que tenha mais orgulho em ti. não tinhas estudos mas eras inteligente, sabias usar as palavras. sabias dar amor e fazer-me sentir a menina dos teus olhos. eu sei que era tua a especial, e sei que também sou a especial da mãe por tudo o que passaram, pela vossa história. sou fruto do "pecado", mas com muito orgulho por terem enfrentado a sociedade e terem vivido o vosso amor.

com muito amor
da tua filha
Narizinho

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Inês # Para estar mais perto de ti

Quando fico com saudades dou em louca. Quase me meto num avião. Chego ao cúmulo de ir à internet ver mesmo horários de aviões; que estupidez, como se pudesse...

Sinto que fico mais perto de ti estando em sítios por onde já passaste. Sei que adoras ciclismo e natação... por isso, todas as semanas sem falta, vou andar pela grande Lisboa, à procura de um rasto do teu cheiro, de uma gargalhada que se assemelhe minimamente à tua.

Ontém fui à piscina. Nadei, nadei, nadei, nadei, nadei... Senti-me bem por um bocado. Senti-me perto de ti. Comecei a imaginar-te ao meu lado, a nadar comigo. Provavelmente (muito provavelmente), a ultrapassar-me. A tentar competir... Era como se me tocasses sem que eu pudesse sentir; só cá dentro sentia. Na água estou mesmo perto de ti.

Sinto falta de te ver, como criança, a chutar as pedras da calçada, deixando os sapatos ou ténis todos brancos ou simplesmente estragados; de te ver a ficar de mau humor e rabugento quando estás com fome ou sono.


Porque foste tu embora? Por que é que a guerra te chamou? Por que é que o meu grito não é mais alto??

Já não aguento sem saber como estás, como te encontras... Se vais voltar são e salvo, se vais voltar a nadar, se eu te vou voltar a sentir... Tenho o coração apertado...

Volta para casa.


Inês.


sábado, 12 de junho de 2010

Inês # On and off...


Quis ligar-lhe de novo quando desliguei.

Penso tantas vezes isso, estou a ficar até doida com isso. Nem sou de me arrepender mas arrependo-me tanto disto. Diria ao telemóvel "Pára!" E ele pararia em sobressalto, em surpresa, confuso. Então eu correria o mais depressa que pudesse para junto do carro e sorria - afinal, para além de sorrir-lhe não saberia o que mais dizer, não havia qualquer justificação para estar a fazer tal coisa, apenas sabia que tinha de o fazer.

E então, com sorte, de dentro abrir-me-ias a porta do carro, convidar-me-ias a entrar e eu conseguiria, por fim, olhar-te com atenção, com cuidado, com pormenor. Beijar-te-ia, por certo não ia resistir...E assim, depois, sem poder mais lutar contra o tempo da realidade, teria mesmo de te deixar ir.

Como estes 10 minutos teriam feito a diferença... Imagino-os e re-imagino-os, over and over again, na minha cabeça. Estou a ter dificuldades em esquecê-lo. Em esquecer-te. E agora quando voltas? Vais, vens, vais, vens... E não levas a saudade, deixa-la aqui, comigo, a apertar-me com força e mais força... Vais, vens, vais, vens...


Inês.

O valor


Ontem estava a reflectir acerca do valor das coisas/pessoas/animais... Foi então que comecei a pensar como se poderia provar ou encontrar este valor. É frequente a expressão:"Para mim, o Pedro tem valor". Ora, porquê? Porque tem 20 medalhas de campeonatos de basquetebol? Ou será porque é uma pessoa bondosa? O que determina afinal o valor de alguém?



Penso que o valor de alguém/objecto/animal pode dividir-se em: 1) Aspecto (e aqui entram todas as apetências físicas, psicológicas, morais, valor sentimental, etc.) e 2) Vida (e aqui entra o modo como vive, conquistas, metas, objectivos, etc, e, no caso de um animal ou objecto a importância que teve na nossa vida). Agora: Qual destes critérios o mais importante? Qual destes decide, determinantemente, o valor (e o quantifica), ou a ausência dele?


Isto é um tema-problema muito subjectivo. Eis a minha perspectiva, bastante modesta e imatura: O valor de alguém é divisivel, sim, nestas duas categorias, mas ambas com igual importância. Isto é, recorrendo ao exemplo anterior, Pedro, não tendo ganho nenhuma medalha, nem tendo feito nada merecedor de reconhecimento na sua vida, não deixa de ter valor visto que é uma pessoa bem-educada e especial (como poderiam ser enunciadas outras quaisquer qualidades). E o mesmo e o contrário se dá, de igual forma, nos casos de um animal ou objecto.


Ou seja, o valor está onde decidirmos que ele está; é algo que nós percepcionamos subjectivamente e, por consequência, relacionamos a determinada pessoa/animal/objecto.



Acrescento ainda que, o valor é algo que pode ser atribuido por nós, a nós mesmos, ou por outros. O que o atribuir deve estarna posse de uma consciência moral, de modo a realizar uma avaliação consciente. Daí que surja, muitas vezes, a problemática da sobrevalorização e subvalorização. Mas aí reside outra questão.


Cisne.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Consegues ouvir-me?


A saudade aperta tanto... Estás aí? Ouves os meus gritos? Se ouves, responde-me.

Olhar para o telemóvel é um suplício, estou sempre à espera que sejas tu. E quando nos chateamos... Grr, que nervos, só me apetece pedir desculpa para acabarmos com aquilo e fazermos as pazes. Mas sou tão teimosa... Não peço, não peço, não peço! Afinal, tenho razão...

Mas isso agora não importa...
Consegues ouvir-me? Quero desesperadamente qualquer coisa tua... Uma pergunta, uma resposta e um adeus não chega mais. Consegues ouvir-me? Possivelmente? Provavelmente? Quem sabe...

Sinto a tua falta. E não sei mais como o não dizer...



Cisne.


P.S.- Que texto maricas. As mulheres têm que ser sempre tão sentimentais?? Grr

terça-feira, 8 de junho de 2010

# narizinho cheio de personalidade

ontem...
ontem sem querer cheguei à conclusão que não te conheci. 
porque não quiseste viver comigo?
porque foste embora sem me dizer? sem me avisar.
já não me visitas nos sonhos.
a (tua) velha marca de tabaco já não existe, era o único cheiro que me ligava a ti.
sinto que não sei nada de ti.
não sei se foste para a guerra, não sei a tua cor preferida. seria o vermelho? eras benfiquista ferrenho. e a tua comida preferida? algo com queijo? adoravas queijo. lembro-me de te ver a comer queijo.
como era a tua vida quando eras pequenino? jantaste alguma vez lá em casa? brincaste comigo quando eu era criança? nasceste mesmo lá na terra, ou tal como a Mãe eras de outro ponto do país?
sabes o orgulho que tenho em ti? sabes como sempre te defendi?
sempre acreditei que me deste a conhecer o melhor de ti no tempo que te foi permitido, mas... nem uma fotografia tua tenho. não temos uma fotografia juntos. no entanto, sei de cor os traços do teu rosto, o teu sorriso. a tua pele morena, o teu cabelo grisalho (que a quimio fez desaparecer), as rugas. as rugas que guardavam a história da tua vida. 
lembro-me de quando ias lá casa, sempre à noite, te perguntar se isso na cara doía; só mais tarde quando já era capaz de perceber as coisas a Mãe me explicou que eram as linhas da tua história. nunca passeaste comigo de mão dada, passeaste? 
lembro-me de quando assinaste a minha ficha da escola. o orgulho que eu tive em dizer à professora que tinha sido o meu Pai a assinar. o Meu Pai. é estranho, desde que foste embora que evito falar de ti. sabes porquê? por causa da Mãe, ela sofreu muito também e não a quero preocupar. mas tu sabes que ainda choro por ti. nunca vou deixar.
pai, podemos recuar quase 6 anos atrás?
todos os dias ia-te visitar e sentava-mo-nos nas escadas lá do hospital a conversar, e tu acendias o cigarro. esse maldito vicio que te levou para longe de mim. eu tinha 17 anos e adorava quando me contavas as amizades que tinhas feito no hospital, sentia-me tão especial quando me dizias que estiveste a jogar xadrez para o tempo passar mais depressa e estares comigo. disseste que lamentavas ter ficado 3 anos sem me dizeres nada, e de teres desaparecido da minha vida.
hoje percebi que foste o primeiro Homem que amei, porque perdoei a tua ausência e esqueci-a. sempre foste, para mim, o Pai mais perfeito que alguém poderia ter. não questionei nenhuma das tuas decisões.
mas agora está a doer, dói sempre mais nesta altura... 
aproxima-se o dia em partiste para uma viagem sem volta e não me perguntaste. mal conseguiste olhar, e mais uma vez fiquei sem saber o que estavas a sentir.
mas Pai, não fiques triste. 
És o Melhor Pai do Mundo. 
se fosses vivo terias exactamente 71 anos e tenho a certeza que apesar dos 48 anos que nos separariam continuarias a tentar perceber-me qual jovem adulta, e me sorririas.
Pai, posso pedir-te uma coisa?
vem visitar-me hoje. 
enquanto durmo sussurra-me ao ouvido que não somos estranhos. tu conheces-me, eu sei. tenho a certeza porra!!! 
hoje Pai, hoje preciso (muito) que me protejas do outro homem que (amo) amei.
não partas hoje, por favor.