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quinta-feira, 17 de junho de 2010

# narizinho cheio de personalidade

Pai.
partiste e não me deste o beijinho habitual de despedida. foi hoje, dia 17 de junho

acordar do nada, pegar no telemóvel, ver a quantidade de chamadas não atendidas do S., ver que tinha mensagem no voice mail. ter que apagar todas as mensagens que nunca tinha ouvido no voice mail para ouvir a do S. o meu coração batia com tanta rapidez que o sentia capaz de me saltar do peito, eu já chorava antes de ouvir a mensagem. até que ouvi o que o meu coração já sentia.
porque é que não chamei logo a mãe? fiquei todo aquele tempo naquele quarto que me parecia gigante a tentar acreditar.
o teu sorriso Pai, a última imagem que guardo de ti é o teu sorriso.
o teu sorriso, e aquelas imagens que a minha mente gravou nos únicos momentos que a perda me permitiu ver, ainda que com a visão turva.

Não há ninguém que tenha mais orgulho em ti. não tinhas estudos mas eras inteligente, sabias usar as palavras. sabias dar amor e fazer-me sentir a menina dos teus olhos. eu sei que era tua a especial, e sei que também sou a especial da mãe por tudo o que passaram, pela vossa história. sou fruto do "pecado", mas com muito orgulho por terem enfrentado a sociedade e terem vivido o vosso amor.

com muito amor
da tua filha
Narizinho

2 comentários:

Cisne disse...

Tenho uma teoria: penso que os filhos menos esperados são os que acabam por ser os mais desejados. :D


Cisne.

Anónimo disse...

e concordo contigo. senti muito isso dos meus pais.

beijinho

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