Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
Luís Vaz de Camões
Erika
4 comentários:
Gostei (:
que lindo *.*
lindo este soneto de Camões, Silvia....
Bom gosto de tua parte.
Aguardo tua visita no CASA DA COGRA, ok?
Continue festejando o seu Santo Natal.
Vim lhe desejar Harmonia e Paz. Tens um blogue Belíssimo. Passei aqui lendo, e observando. E estou lhe convidando a visitar o meu, que por sinal é muito Simplório, e se possível seguirmos juntos por eles. Estarei muito grato esperando por vós lá.
Abraços fraternais e que o Menino Deus, nos proteja, Sempre.
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